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    Deus me fez despertar e levantar novamente

    Em 2023, com apenas 20 anos de idade, Esther Chimenes Ribeiro passou por um acontecimento inesperado com a sua saúde. Contudo, apesar dos momentos difíceis, hoje, curada, ela conta que sua vida é um milagre.

    Me chamo Esther, tenho 21 anos e, atualmente, trabalho na área de tecnologia. Sou católica e de uma família numerosa, de 9 irmãos.

    Em julho de 2023, devido a uma infecção nas mamas, tive que iniciar um tratamento com uma medicação específica. Eu nunca tive problemas de alergias a medicamentos, então quando me perguntaram se eu era alérgica, eu disse que não, iniciando, então, normalmente o tratamento necessário.

    Entretanto, já na primeira semana, iniciaram em mim algumas reações estranhas, como se fosse um resfriado. Sentia dores no corpo, calafrios, coriza, febre alta e vômitos. Resolvi, então, suspender o medicamento, retornando após me sentir um pouco melhor. Mas, novamente, passei mal. Comecei a sentir uma dor muito forte no estômago, precisando ir de madrugada ao pronto-atendimento do Hospital Nossa Senhora das Graças.

    Os médicos suspeitaram ser apendicite, mas não correspondia. Fizeram tomografia, mas não apareceu nada preocupante. Então, me pediram para realizar o exame de dengue, pois os sintomas eram parecidos. Após me darem soro e remédios na veia, fui liberada para casa. E, no dia seguinte, fiz o exame de dengue, que deu negativo.

    Fiquei tranquila e comecei a ficar bem aparentemente, mas, à noite, reparei bolinhas vermelhas nas minhas mãos. Olhei na região peitoral e tinham mais bolinhas. Estranhei, tomei remédio para alergia, mas as bolinhas começaram a dar muita coceira e a subir muito mais. Se eu coçava, elas abriam fazendo uma lesão.

    Fui novamente ao HNSG e os médicos resolveram me internar, pois minha boca estava toda inchada, de uma cor diferente do comum, e estava com manchas vermelhas no rosto. Fui atendida pela equipe de Infectologista do Hospital, estiveram me acompanhando do início até o fim. Logo depois de alguns dias de internamento, concluíram que eu desenvolvi a Síndrome de Stevens-Johnson NET, uma síndrome rara! Eu não sabia, mas sou alérgica a todo tipo de sulfato em medicamentos. Foi essa a principal causa.

    Nessa semana, eu tinha uma viagem para realizar, junto com a minha família. Há dois anos, estava me preparando para ir à Jornada Mundial da Juventude, que é um encontro do Papa Francisco, com os jovens do mundo todo. Vamos lá para receber uma palavra de Deus. É magnífico!

    Mas como a síndrome foi se avançando, não tinha condições para viajar. No momento, achei injusto, chorei, pois eu queria muito ir. Afinal, haviam sido meses de trabalho, para juntar todo dinheiro, para uma experiência que vai muito além de viagem e recursos, pois muitas vidas são salvas nesse encontro.

    Então meus pais decidiram em leito, que eles iriam, eles e meus 4 irmãos. Minhas irmãs mais velhas ficaram comigo, enquanto estava sedada. Muitos acham que meus pais me abandonaram, mas, não, foi a melhor escolha que eles poderiam ter feito, pois não havia nada a ser feito por mim, a não ser rezar. Eles tinham uma missão de levar esses jovens a Deus, em Lisboa, e cumpriram a missão, era necessário. E Deus, também, cuidou de mim, no Hospital.

    Deus me usou, foram muitas pessoas rezando pela minha saúde, muitas pessoas voltaram a Deus, à Igreja. E isso é obra Dele, não é obra minha. Uma médica me disse que meu caso era um milagre mesmo, pois a cada dia só piorava, as bolinhas vermelhas ficaram escuras e logo se formavam em bolhas, que a qualquer momento poderiam estourar e a minha pele ficava no vivo. Era uma dor, que hoje eu não consigo nem mensurar. Nem com remédio forte eu estava aguentando mais. Não conseguia ir ao banheiro, não conseguia comer.

    Nesse momento de extrema dor, sentia Cristo comigo a todo tempo, fiquei imaginando as dores que ele sentia na cruz, foi um sofrimento. Hoje lembro de uma bolha que estourou nas costas e me fez chorar de tanta dor. Depois desse dia, eu não me lembro tanto, não me recordo de me despedir dos meus pais, dos meus irmãos. Me encaminharam para a UTI, pois o caso começou a ficar mais sério. Foi necessário realizar o procedimento de traqueostomia, por conta das feridas da minha boca, foi estranho não falar, mas foi uma alegria depois conversar e cantar. O que eu mais amo na vida!

    Foi necessário me entubarem, eu não aguentaria, compreendo hoje. Foram semanas intensas, de melhoras e pioras. Durante a sedação, tive alguns sonhos, com minha família, amigos. Sentia Deus comigo. Teve um dia, que estava muito ruim, chegaram a pensar que eu faleceria, pois eu não reagia.

    Foram 38 dias de UTI, ao todo 41 dias de hospital, quase 3 semanas entubada. Eu perdi 90% da minha pele. Essa síndrome tem uma alta taxa de mortalidade, eu poderia ter falecido. Estava com os melhores médicos, enfermeiros. Cuidavam de mim com todo amor. Conversavam comigo, me respeitavam, pois mesmo sedada sentia dor. Eles foram muito humanos.

    Quando acordei, muitas equipes de médicos vieram me visitar. Tive o presente de tocar Cristo todos os dias, recebia a Santa Eucaristia. Falavam da Virgem Maria para mim. Minha família sempre esteve comigo. Sou grata à doutora Amanda, doutora Fernanda, doutora Iara, doutor César, doutora Carol, doutor Marcelo, doutor Eduardo, doutor Gustavo.

    Eram muitos médicos e enfermeiras cuidando de mim, gratidão a todos. As moças da limpeza, que me faziam sorrir sempre! Os fisioterapeutas, que me ajudavam a fazer exercícios. A fonoaudióloga, que me incentivava a falar e engolir saliva. Faziam penteados no cabelo, me davam banho. Me senti muito acolhida, como se Deus estivesse ali comigo e estava.

    Graças a todas as orações, eu recebi a cura, a minha pele foi se restaurando, graças a sabedoria e discernimento que Deus deu aos médicos. Minha pele não está 100%, mas estou muito saudável. Não vejo problema, em ficarem me olhando, reparem a minha pele, acharem que sou diferente.

    Minha mensagem

    O que aconteceu não me abala mais, pois Deus fez o melhor pra mim. Se a pele vai pigmentar novamente? Eu não sei. Estou me cuidando, se assim Deus quiser vai pigmentar. Se não pigmentar, continuarei seguindo.

    Deus me deu uma nova chance, de ser melhor e continuar fazendo o bem para o próximo. Não desistirei de fazer o bem, pois todo o bem foi me feito neste hospital. Me sinto muito amada por Deus!

    Obrigada, Hospital Nossa Senhora das Graças.

    Esther Chimenes Ribeiro


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